quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cresce interesse pela cabala judaica

Hoje a Cabala é pop. Eu mesma confesso que comecei a estudar a coisa depois de saber que Madonna Louise Veronica Ciccone começou a praticar. Ela se converteu em 1994 a uma versão sincretista da Cabala. É claro que não foi levada à sério por rabinos ortodoxos, mas foi eficiente em divulgar uma das correntes mais místicas do conhecimento judeu. Na verdade, sequer existe um consenso entre os judeus sobre os ensinamentos da cabala. Como dizem os estudiosos do judaísmo "entre dois judeus há sempre duas opiniões". A Cabala (do hebraico Kaballa, ensino oculto) é um saber transmitido de forma oral que já foi bastante secreto. É uma revelação. Seus fundamentos exerceram uma poderosa sedução sobre os místicos e os mágicos de diversas escolas de pensamento dos séculos XIX e XX. Alguns dos preceitos do ocultismo ocidental foram também inspirados nela, como por exemplo: que todos os fenômenos do Universo, na sua diversidade, formam uma unidade fundamental; que todas as coisas são fragmentos de um todo organizado; que existem vínculos secretos entre as coisas.

Cada vez mais, o assunto é uma boa desculpa para vender cursos e livros. Os materiais prometem conquistas relacionadas ao autoconhecimento e a paz. Ao enumerar algumas das principais motivações dos que vendem a cabala como fórmula para alcançar qualquer objetivo, vamos encontrar propagandas que afirmam que você vai ganhar; liberdade de pensamento; domínio do físico e do mental; harmonia; proteção contra ataques psíquicos; possibilidade de influenciar seu próprio meio; capacidade de cultivar bons relacionamentos; realização. As iniciações acontecem em sua maioria por profissionais, geralmente ligados a formação de líderes e não necessariamente por judeus, o que prova que esse conhecimento se tormou um produto de mercado, que ainda assim tem sua origem numa proposta espiritual e profunda. Resumidamente a cabala ensina que não existe o acaso, mas sim a lei de causa e efeito. Tudo o que acontece na nossa vida seria um reflexo. O grande conselho para quem começa a estudar a cabala é sobre como se tornar alguém proativo, que pensa sobre o que acontecerá no futuro.

Perguntaram ao Rav Kook- Cabalista e Rabino em Israel – quem poderia estudar Cabala e sua resposta foi inequívoca: "Qualquer um que queira". De acordo com alguns Cabalistas, os dias em que a Cabala era um segredo acabaram. A sabedoria da Cabala manteve-se oculta no passado porque os Cabalistas temiam que ela fosse mal aplicada. Uma obra muito importante dentro da cabala é o Bahir ("iluminação"), também conhecido como "O Midrash do Rabino Nehuniah ben haKana". Com aproximadamente 12.000 palavras. Publicado pela primeira vez em 1176, muitos judeus ortodoxos acreditam que o autor foi o Rabino Nehuniah ben haKana, um sábio Talmúdico. O trabalho mais importante da cabala é o zohar (זהר "Esplendor"). Trata-se de um comentário esotérico e místico sobre o Torah (Referente ao Pentateuco do AntigoTestamento).

Um princípio referencial para o praticante da cabala é a ideia de arvore da vida. Essa espécie de diagrama — composto por 10 sefirot ou dez círculos, que representam dez atributos divinos: coroa, sabedoria, compreensão, misericórdia, julgamento, beleza, vitória, reverberação, fundação, reino e 22 caminhos que são ligações entre os sefirot ou estados de consciência, também usados em cartas de tarot. De acordo com o diretor da Kabbalah Centre, tradicional escola que tem sede em Nova York, Yonatan Shanio, a cabala é anterior a todas as religiões. E provavelmente deu origem ao judaísmo, ao cristianismo, e às tradições orientais, como budismo, hinduísmo. Ele disse em entrevista que “Está havendo uma grande abertura. As pessoas estão procurando respostas para questões da vida que a própria vida não responde. Existem muitos caminhos. A cabala é um caminho.” Aos interessados, ele indica o livro "O poder da cabala", escrito por Yehuda Berg e que apresenta ainda diversas tabelas para visualização de sequências de letras hebraicas. As livrarias estão cheias de títulos que tentam explicar os caminhos cabalísticos e temos a nossa disposição até aulas ao vivo pela internet. Você pode aprender a desvendar esse mapa pelo endereço http://www.kab.tv/ , um portal desenvolvido por um Instituto de pesquisa chamado Bnei Baruch, um movimento diversificado que reúne estudantes em todo o mundo.

Um comentário:

  1. oiiii amiga passei aqui deixar um beijo e ler sua postagem, adorei vc escreve muitoooooooooooooooooooo!!!! bjs

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