domingo, 1 de julho de 2012

Edição de Ortodoxia merece atenção

G. K. Chesterton publicou "Ordodoxia" em 1909. Esse livro pode ser considerado um arcabouço que confere sentido à existencia humana. Seus argumentos emprestaram força aos poucos intelectuais que conseguiam discutir e eram bem-vindos em debates com importantes nomes do século XX como Franz Kafka,  Bernard Shaw e Freud. Um século depois de escrito o livro ainda é uma grande novidade. Nós nunca entendemos o mundo o suficiente para podermos dizer com quem aprendemos as verdades sobre ele. Ao contrário, muitos não confiam em quase nada. Ou ainda se entregam para máximas cínicas e vazias que não mudam seu tédio sobre o cotidiano repetitivo de sua filosofia de observações inuteis.

Mas G. K. Chesterton defendeu o pensamento cristão em "Ordodoxia",  de maneira a ser considerado a melhor síntese sobre o assunto por revistas e jornais. É uma obra escrita em resposta a um desafio e tem apontamentos sólidos e divertidos. Seu autor dizia que poderia descobrir num clube anarquista o que também poderia ter descoberto na paroquia mais próxima e que os acidentes politicos ou os sofrimentos podem se juntar para nos convencer da ortodoxia cristã, que não é mais nada do que a crença essencial dos apóstolos de cristo.

Tudo que precisamos, segundo ele, é combinar algumas coisas que são estranhas com algumas coisas que são seguras. Uma ideia de deslumbramento com uma ideia de acolhimento. E dizia que não se pode querer ser convincente com um cético arrogante, mas antes é melhor estimulá-lo a duvidar um pouco mais até que venha a duvidar de si próprio.  Chesterton apresentava a fé cristã com mais humor e força intelectual que qualquer outro do século passado. E costumava celebrar levando o oponente vencido ao pub mais próximo. Foram seus muitos livros publicados que de`devolveram romantismo à fé de muitos que já tinham se afastado dela. Chesterton, que viveu até 1936, dizia que esse mundo é incapaz de explicar-se e que é preciso expressar gratidão a Deus e agradecer pela cerveja. As virtudes cristãs são, resumidamente, fé e amor. E o amor perdoa o imperdoável, senão deixa de ser virtude.

Alaise Beserra