sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Luteranos comemoram aniversario de reforma

Quem passa pela igreja Luterana da Asa Norte, pode notar que a fachada mudou. A Placa tem nova logomarca e isso faz parte de uma nova identidade visual da congregação. A igreja está aproveitando para combinar uma viagem para a Alemanha daqui há seis anos para comemorar os 500 anos de Reforma Protestante. O interesse é fazer com que os participantes economizem para fretar um avião e visitar lugares como castelo de Wittenberg, onde Lutero afixou suas 95 teses na porta da igreja em 1517.

As ideias de Lutero provocaram uma revolução que começou quando ele publicou suas contestações. A resposta veio com o movimento conhecido como que acabou por dividir os cristãos e fundar nova religião. O resultado foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os protestantes. Conflitos políticos eram muito visíveis entre autoridades da Igreja Católica e governantes das monarquias européias, que desejavam para si o poder espiritual e ideológico da Igreja. Para Lutero não era admissível práticas como a indulgencia porquê a fé bastava. Quem estiver interessado na viagem de comemoração pode entrar em contato pelo secretariacele@gmail.com e se informar com a Congregação Evangélica Luterana.


Alaise Beserra

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Jeovás falam em futuro bom para a humanidade

As Testemunhas de Jeová provavelmente já tentaram “pregar” para você e se você não é curioso e paciente deve ter recusado. As publicações, eu acompanho, na verdade, apenas a revista Awake ou "Despertai", são todas produzidas pela Watch Tower and Tract Society of Pennsylvania. Eles acreditam que Deus no idioma português se diz “Jeová” e adotam esse nome querendo imitar as palavras do livro da Revelação. Também acreditam que o Reino é um governo real e esse reino terá co-regentes no céu.
Essa religião que muitos de nós chamamos de seita, tem defeitinhos sobre os quais falarei no final do comentário, mas tem lições interessantes também:os justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre. Essa é outra crença das Testemunhas de Jeová e a promessa está registrada no livro de Salmo capitulo 37, versículo 29 na Bíblia. Para eles “a vinda do Reino exigirá uma intervenção de Deus nos assuntos da terra.”
Segundo as Testemunhas de Jeová as profecias finais da bíblia já estão se cumprindo. Mas é bom perceber que as coisas (mesmo biblicamente) funcionam como um jogo: acabam e recomeçam. Nesse sentido, muito coisa hoje no interior das igrejas e no interior de um salão do reino qualquer, acontecem como numa partida de RPG, com jogral e interpretação de personagem e está cada vez mais difícil entender quem é quem. Para mim é muito visível a atuação de cada personagem. Tenho visitado muitas religiões e nunca vi nada mais parecido com jogral do que uma reunião das testemunhas de Jeová.
Eles não admitem conduta imoral (vai saber quantas coisas eles querem dizer com isso...), mentira, roubo, adultério, homosexualidade (impressionante a capacidade que eles têm para ressaltar essa condenação) e como todos sabem “ o mau uso do sangue”. Apesar de toda a parte careta e previsível, as Testemunhas de Jeová me chamam a atenção desde que descobri que eles não acreditam no inferno e afirmam que Deus não vai torturar ninguém. Eles crêem que a vida atual não é tudo que existe e têm completa confiança numa vida futura. Vale a pena conhecer as revistas. Elas falam sobre diversos assuntos sempre dialogando com a ciência. Para quem quer saber mais sobre as publicações: www.watchtower.org. Em geral seus adeptos sentem-se profundamente gratos.
Alaise Beserra

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Elegante é matar a sede

Um pobre corvo, quase morto de sede, avistou de repente um jarro de água. Aliviado e muito alegre, voou velozmente para o jarro. Mas, embora o jarro contivesse água, o nível estava tão baixo que, por mais que o corvo se esforçasse, não havia meio de alcançá-la. O corvo, então, tentou virá-lo, na esperança de pelo menos beber um pouco da água derramada.

Mas o jarro era pesado demais para ele. Por fim, correndo os olhos à volta, viu pedrinhas ali perto. Foi, então, pegando-as uma a uma e atirando-as dentro do jarro. Lentamente a água foi subindo até a borda, e finalmente pôde matar a sede.

("O corvo e o jarro " Fábulas de Esopo)

domingo, 28 de agosto de 2011

Deus e o Diabo na mente de Glauber Rocha

Na morte de Glauber Rocha, em 1981, Darcy Ribeiro contou: Uma vez, que eu não vou esquecer nunca, Glauber passou uma manhã abraçado comigo, chorando, chorando, chorando compulsivamente. Eu custei a entender, ninguém entendia, que Glauber chorava a dor que todos nós deveríamos chorar, a dor de todos os brasileiros. O Glauber chorava as crianças com fome. O Glauber chorava este país que não deu certo. O Glauber chorava a brutalidade. O Glauber chorava a estupidez, a mediocridade, a tortura. Ele não suportava. Chorava, chorava, chorava. Os filmes do Glauber são isso. Um lamento, um grito, um berro. É a herança que fica de Glauber. Fica de Glauber para nós a herança de sua indignação. Ele foi o mais indignado de nós.
Dizem também que nunca houve para o cinema brasileiro um casamento mais interessante do que o de Glauber Rocha e Helena Ignez que era atriz e atuou por exemplo no filme "A mulher de todos", sendo muito referencial para o cinema marginal. Glauber se casou também com Martha Jardim Gomes e com Paula Gaitán. Glauber agia entre a esperança e o desespero.

"Se eu quisesse ganhar dinheiro, eu ia ser empresário ou me dedicaria inteiramente à indústria de comunicação", dizia. "Mas eu não quero ter as doenças da burguesia: senilidade sexual e câncer." E dizia também: "É incrível como ninguém me descobriu para a política". Mas sim, mais do que ele imaginava seu papel era importante para política, não só por filmes como o Terra em Transe, mas por sua postura pouco compreendida inclusive pela esquerda brasileira.
Além de ser a grande figura do cinema novo, alguém que queria denunciar o absurdo de tudo, ele simplesmente pensava um novo Brasil no estilo "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", e além de ter dado uma identidade nova ao cinema brasileiro,ajudou a formar uma nova ideologia para a inteligencia Brasileira. "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" que foi para o Festival de Cannes em 1969, ganhou o prêmio de melhor diretor. Depois, com o crescimento da repressão Glauber escolheu se exilar.
Mais tarde foi ridicularizado pela imprensa brasileira que noticiou que ele foi visto caminhando na praia de Ipanema, enrolado num cobertor como mendigo, falando sozinho e também foi visto conversando com as paredes do hotel, em Santiago do Chile, com um microfone na mão dizendo: “Aqui é Glauber Rocha, eu sei que a Cia está gravando, e a KGB também”. Glauber passou algum tempo em Portugal antes de morrer, aos 42 anos de idade. As causas da morte nunca foram esclarecidas. Pouco antes de partir seus filmes foram exibidos em mostras retrospectivas de países como, Inglaterra , Estados Unidos e França. Recentemente, o senado pela ocasião dos 30 anos de sua ausencia relatou: Quando se via ou se ouvia Glauber, tinha-se a impressão de um permanente vulcão intelectual, em atividade ininterrupta de negações e afirmações. A racionalidade lhe despontava em pequenos clarões, lampejos até desnecessários, porque tudo era uma busca incessante da causa das causas, indagação contínua e angústia intelectual que marcaram sua trajetória. Glauber dizia que não podia se connsiderar um cineasta profissional, porque assim teria que atuar segundo a indústria cinematográfica. Mas ele preferia se considerar um amador, como o Buñuel, alguém que ama o cinema”. Dizia também: “Prefiro ser um cadáver a um desses mortos-vivos que andam por aí”. Engraçado que Glauber foi educado como protestante na igreja presbiteriana, religião da mãe, por ação de missionários americanos da Missão Brasil Central e mesmo assim era em essencia um artista, poeta e diretor incontestavelmente brasileiro. Não se sabe se era o mais lúcido ou o mais louco de todos. Mas, conta-se (e foi Zuenir Ventura quem relatou) que houve um jantar na casa de Maria Clara Mariani, filha do banqueiro Clemente Mariani, em homenagem a Violeta Arraes, irmã do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. Glauber não compareceu. Estavam lá Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gustavo Dahl, Hélio Pellegrino, Arnaldo Jabor. Ao final da conversa eles chegaram a um acordo: se existia algum gênio no Brasil, ele era Glauber Rocha. "Ele é maior que Villa-Lobos, maior que Portinari, só comparável ao Aleijadinho", foi o que disse Dahl que também foi um cineasta e crítico do cinema brasileiro.
O que Glauber fazia era (seriamente) política.

Alaise Beserra

alaise30@hotmail.com

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Quem quer ser o próximo banqueiro?

Entre os altos e baixos nas finanças americanas podemos aprender pelo menos como funciona a “confiança” para quem controla o crédito. A lição é tão ridícula que já passa da hora do mundo inteiro se alfabetizar em matéria de economia. O quadro é de um excesso tão sem tamanho que a capacidade não só de captar recurso como de inventar dinheiro é completamente assustadora. Eles estão diante de um endividamento que é público e também privado. Fala-se em 22,1 trilhões (93% do PIB). Eu que não entendi até agora o que aquela agencia quis dizer com AA+ entenderia mais facilmente se eles falassem em AA-, que foi o rebaixamento que eles deram para o Japão, 10 anos atrás.

Tudo bem que a máquina estatal permite os juros, os lucros e as tais formas de “rastro” de direitos, que nenhum ser humano comum teria, mas que os bancos, os mercados de títulos e o que especialistas entendem como “quase-bancos” podem ter e a partir disso manter toda essa lógica. E a lógica é tão loucamente interessante que é possível resgatar bancos falidos, criar mais crédito e fazer aparecer bônus bilionários que vão “regulamentar” as condições do risco que por sua vez nunca é suficiente para cessar a insanidade.

Porém, contudo, as coisas estão mais transparentes. E já é tão mais possível encontrar gente desacreditada que a recuperação da estabilidade nos EUA não é garantida. Por mais que o governo de Obama se comprometa em não ser estúpido tem o pessoal do Tea Party que nem quer planejamento, pode haver uma tentativa de equilíbrio fiscal, mas há um problema de rolagem da dívida e os interesses dos investidores do mercado financeiro podem decidir os rumos de quase tudo.

Perigo e crise de confiança também estão presentes no sistema bancário de países como a Espanha e a Itália. E Angela Merkel também preocupa pela postura. Cortar benefícios trabalhistas é como dar um tiro no pé. Nos Estados Unidos, os republicanos (que rejeitam medidas para resolver o problema da receita) estão sendo chamados de debt ceiling chicken, mas a irresponsabilidade acontece no mundo todo, os sistemas financeiros incentivam um jogo covarde, onde quem convence mais pode tudo, inclusive produzir mais ativos, manipular todo mundo impedindo a criação de renda e emprego até onde a inconsequência privada conseguir e a frouxidão política deixar. É o que Keynes explicava como “armadilha de liquidez”, quando a estratégia bancária vai além do que ela poderia sustentar. Há que se perceber que essa crise atinge cada um de nós. E de fato, de Atenas a Londres existe um começo de indignação que ninguém segura.

Para um religioso raso o mundo acabará amanhã de manhã, para um marxista convicto é o fim do capitalismo, mas pra mim e para otimistas como Shoghí Effendí é o principio de uma nova ordem mundial que poderá trazer muito beneficio. Se você parar para refletir vai querer matar um banqueiro ou vai querer ser um banqueiro. Esperamos não encontrar pela frente mais tipos de Lehman Brothers, mas quem sabe mais tipos como Muhammad Yunus, o banqueiro do bem que ganhou Prêmio Nobel e tudo. Alguém duvida que haverá revolução? Eu não duvido de mais nada.

Alaise Beserra

alaise30@hotmail.com

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cresce interesse pela cabala judaica

Hoje a Cabala é pop. Eu mesma confesso que comecei a estudar a coisa depois de saber que Madonna Louise Veronica Ciccone começou a praticar. Ela se converteu em 1994 a uma versão sincretista da Cabala. É claro que não foi levada à sério por rabinos ortodoxos, mas foi eficiente em divulgar uma das correntes mais místicas do conhecimento judeu. Na verdade, sequer existe um consenso entre os judeus sobre os ensinamentos da cabala. Como dizem os estudiosos do judaísmo "entre dois judeus há sempre duas opiniões". A Cabala (do hebraico Kaballa, ensino oculto) é um saber transmitido de forma oral que já foi bastante secreto. É uma revelação. Seus fundamentos exerceram uma poderosa sedução sobre os místicos e os mágicos de diversas escolas de pensamento dos séculos XIX e XX. Alguns dos preceitos do ocultismo ocidental foram também inspirados nela, como por exemplo: que todos os fenômenos do Universo, na sua diversidade, formam uma unidade fundamental; que todas as coisas são fragmentos de um todo organizado; que existem vínculos secretos entre as coisas.

Cada vez mais, o assunto é uma boa desculpa para vender cursos e livros. Os materiais prometem conquistas relacionadas ao autoconhecimento e a paz. Ao enumerar algumas das principais motivações dos que vendem a cabala como fórmula para alcançar qualquer objetivo, vamos encontrar propagandas que afirmam que você vai ganhar; liberdade de pensamento; domínio do físico e do mental; harmonia; proteção contra ataques psíquicos; possibilidade de influenciar seu próprio meio; capacidade de cultivar bons relacionamentos; realização. As iniciações acontecem em sua maioria por profissionais, geralmente ligados a formação de líderes e não necessariamente por judeus, o que prova que esse conhecimento se tormou um produto de mercado, que ainda assim tem sua origem numa proposta espiritual e profunda. Resumidamente a cabala ensina que não existe o acaso, mas sim a lei de causa e efeito. Tudo o que acontece na nossa vida seria um reflexo. O grande conselho para quem começa a estudar a cabala é sobre como se tornar alguém proativo, que pensa sobre o que acontecerá no futuro.

Perguntaram ao Rav Kook- Cabalista e Rabino em Israel – quem poderia estudar Cabala e sua resposta foi inequívoca: "Qualquer um que queira". De acordo com alguns Cabalistas, os dias em que a Cabala era um segredo acabaram. A sabedoria da Cabala manteve-se oculta no passado porque os Cabalistas temiam que ela fosse mal aplicada. Uma obra muito importante dentro da cabala é o Bahir ("iluminação"), também conhecido como "O Midrash do Rabino Nehuniah ben haKana". Com aproximadamente 12.000 palavras. Publicado pela primeira vez em 1176, muitos judeus ortodoxos acreditam que o autor foi o Rabino Nehuniah ben haKana, um sábio Talmúdico. O trabalho mais importante da cabala é o zohar (זהר "Esplendor"). Trata-se de um comentário esotérico e místico sobre o Torah (Referente ao Pentateuco do AntigoTestamento).

Um princípio referencial para o praticante da cabala é a ideia de arvore da vida. Essa espécie de diagrama — composto por 10 sefirot ou dez círculos, que representam dez atributos divinos: coroa, sabedoria, compreensão, misericórdia, julgamento, beleza, vitória, reverberação, fundação, reino e 22 caminhos que são ligações entre os sefirot ou estados de consciência, também usados em cartas de tarot. De acordo com o diretor da Kabbalah Centre, tradicional escola que tem sede em Nova York, Yonatan Shanio, a cabala é anterior a todas as religiões. E provavelmente deu origem ao judaísmo, ao cristianismo, e às tradições orientais, como budismo, hinduísmo. Ele disse em entrevista que “Está havendo uma grande abertura. As pessoas estão procurando respostas para questões da vida que a própria vida não responde. Existem muitos caminhos. A cabala é um caminho.” Aos interessados, ele indica o livro "O poder da cabala", escrito por Yehuda Berg e que apresenta ainda diversas tabelas para visualização de sequências de letras hebraicas. As livrarias estão cheias de títulos que tentam explicar os caminhos cabalísticos e temos a nossa disposição até aulas ao vivo pela internet. Você pode aprender a desvendar esse mapa pelo endereço http://www.kab.tv/ , um portal desenvolvido por um Instituto de pesquisa chamado Bnei Baruch, um movimento diversificado que reúne estudantes em todo o mundo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Amigos de Marina incentivam democracia direta

A moda agora é parecida com o que acontecia na época da ditadura, as pessoas se reunem em pequenos grupos para planejarem o que vão fazer a respeito do que estão contra. E esse é um momento de muito mais possibilidades. Na última terça a noite reuniram-se, num espaço discreto em Brasília um grupo de pessoas (ligadas à Marina Silva) totalmente decepcionadas com o rumo da estrutura do poder no Brasil. Em geral a reclamação era sobre transparência nos partidos e liberdade de expressão dentro do congresso. Entre os cerca de 40 convidados, haviam deputados e senadores do PV, do PSB e do PDT. Muitos estão se desligando de suas legendas e aconselham aos que querem participar da política abraçarem a ideia de democracia direta. O Deputado Pedro Taques, que está em seu primeiro mandato, chegou a afirmar que um senador não faz nada no Congresso, porque é impedido de fazer. O papel de um senador deveria ser fiscalizar, propor e direcionar recursos, mas até agora ele não conseguiu fazer o que deveria porque a principal atividade do Congresso hoje é aprovar Medidas Provisórias. "Não está provado que o brasileiro tem DNA corrupto, não está provado que o brasileiro tem histórico corrupto, podemos observar inclusive que a Austrália teve em sua origem bandidos muito piores e é menos corrupta que o Brasil, o nosso problema é cultural: o brasileiro acha que coisa pública é coisa de ninguém", reclamou o senador que atuou 15 anos como procurador.

Passando rapidamente pela reunião o deputado Joe Vale, disse que "a política partidária bateu no teto, é preciso encontrar uma nova forma de fazer política". Esse era o tema central da discussão. O deputado Reguffe que chegou a dizer que não sabe se continuará na política e que não aguenta mais ficar colocando plaquinha para dizer que é honesto, disse também que coisas impressionantes como o problema do transporte público no Distrito Federal não são resolvidas por haver gente que paga para que as coisas continuem como estão. "Essa é a única cidade que o dono de empresa de ônibus vira dono de empresa de avião", lembrou indignado. "As pessoas nem querem mais democracia representativa elas querem democracia direta, política é algo nobre, mas os políticos apenas formam consenso, a política hoje não serve à sociedade", desabafou o deputado. O deputado Alfredo Sirkis (que não vai sair do Partido Verde) disse que foi contra a saída da Marina, mas sublinhou que está acontecendo uma tragédia no PV. "Um grupo restrito de pessoas controla o PV, então algumas pessoas começaram a se sentir ameaçadas. Quem queria participar foi alijado". Alfredo Sirkis contou que estava voltando de viagem da Alemanha onde os verdes estão com 27% do eleitorado.

Apesar do clima de desconforto com a própria atividade política o coro era "não podemos desistir". Quando a convidada de honra, Marina Silva, recém saída do PV, chegou a reunião ela fez questão de dizer que essa insatisfação é antiga e que desde que ela tinha 17 anos procurava uma "nova forma de fazer política", mas afirmou também que "Não podemos achar que somos puros o que a gente quer fazer não é realmente novo, mas podemos re-significar a política, nós temos um problema quando as pessoas se afastam da política com P maiúsculo. Eu estou aqui na borda, não estou no centro, estava na borda na época do Chico Mendes, estava na borda quando saí do PT, estava na borda quando fui para a campanha presidencial e estou na borda de novo agora que eu saí do PV. Vai chegar uma hora que os partidos vão existir para atender os movimentos sociais e não o contrário", afirmou Marina em meio a aplausos apaixonados.

Sei da importância da sociedade civil organizada para orientar a política no legislativo e no executivo, acredito nessa forma de fazer política, mas sei que não há ainda nada mais importante do que fiscalizar constantemente quem você votou. Sinto que em breve haverá um novo partido, aliás são muitos pedidos de registro de novos partidos no Tribunal Superior Eleitoral.A imprensa noticiou falsamente a saída do Gabeira do Partido Verde, o que não aconteceu. O Partido Verde declarou em nota que haverá convenção em março de 2012 seguida de nova campanha de filiações.

Alaise Beserra

alaise30@hotmail.com

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

É tudo mentira e é tudo retrato

Primeiro, ele desenhou no chão uma pista de corrida, no formato de um círculo ("A forma exata não importa", ele explicou); em seguida, o grupo foi todo distribuido ao longo da pista. Não havia essa história de um, dois, três e já. Cada um começava a correr quando quisesse e parava quando achasse melhor, de modo que não era fácil saber quando a corrida tinha terminado. Esse é um trecho de Alice no país das Maravilhas. Dodó está explicando o que é uma "corrida de convenção". Em algum momento, na lógica do livro, alguém sempre mente e alguém sempre fala a verdade. Mas é bom lembrar que da mesma fonte e pessoa pode vir algo de fantasia e algo de realidade.


Nos nossos olhos, fixação. É importante desconfiar do retrato, da sombra das concepções. A certeza não pode ser imposta, embora dela se subtraia a sua segurança e afinal a lei. Dizem isso, dizem aquilo. Nunca se pode jogar fora o bebê com a água suja do banho. Tudo que é observável vale a pena ser considerado. Como diria a propaganda de cerveja: experimenta! Você nem tem mesmo que experimentar tudo ou respeitar tudo. São tantas ruas e casas, tantas coisas de cristal e a qualquer hora tudo pode se quebrar e se refazer. Nos disseram que haveria salvação, disseram que açucar é problema, disseram que existe anjo da guarda, disseram que cinema brasileiro é pornochachada, disseram que você é feio, disseram que tem que usar blush, disseram que droga mata, disseram que a democracia é melhor. Você vai acreditar em algumas dessas proposições, é uma coisa inevitável. Mas é como diria uma máxima do jornalismo: se a sua mãe disser que te ama, ainda assim verifique.


Os misticos já anunciam há algum tempo uma nova era, que virá pelo bem da humanidade. A notícia é boa, mas ainda não dá uma manchete. Folheando publicações de criticos da arte, achei um ensaio de Marisa Florido Cesar que afirma: nosso desígno comum não mais se realizará como o anunciado pelo projeto ocidental da história! Ela decreta que não haverá "emancipação da humanidade". Será que não? Eu prefiro acreditar que haverá o fim da infância, haverá novos céus, sim! E haverá nova terra, mas em seguida me lembro que esse é o meu filtro, essa é a minha ótica e se os outros me levarem ao seu cinema particular me emprestarão outras visões, se forem mais maravilhosas eu sim compro e se forem pessimistas eu não compro. Isso porquê para uma mente aberta o raciocínio que leva ao suícidio do pensamento não interessa muito. De todo jeito, é por isso que me preocupo tanto em conhecer as religiões: suas crenças são a sua forma de endereçamento, é claro que tem gente que quer mesmo é se perder. No final das contas você é um juiz e pode ser justo ou cruel, mas é certo que sempre estará julgando. Em determinado momento, depois de ouvir muitas coisas odiosas e de também dizer as suas falas, gritou Alice: Ai meu Deus, acho que ofendi o rato de novo.


Alaise Beserra

alaise30@hotmail.com



quinta-feira, 28 de julho de 2011

Lama Dorje está na cidade

Manifestações budistas já são bem conhecidas do brasiliense. Lama é um título dado, no budismo tibetano, a um professor de darma. O nome é similar ao termo sancrito"guru",enfim um monge que tem conhecimentos tântricos avançados, para indicar um nível elevado de realização espiritual. O Lama Dorje que foi consagrado por Dalai Lama após passar quatro anos em total silencio, nasceu no Nepal em 1979. Com cinco anos de idade entrou para o mosteiro para aprender filosofia do budismo Tibetano.
Ele está apoiando o instituto Condor Blanco no Chile e no Brasil. Cóndor Blanco é uma organização que oferece formação de lideres. Eles prometem desenvolver no individuo capacidades de enfrentar todos os desafios modernos. Seus cursos incluem coaching, meditação intensiva, danças, fotografia, marketing, bodisatva (prática espiritual para remover obstáculo), Sámkhya, (uma das muitas formas do yoga), numerologia, práticas de ecologia, natural detox vital (desintoxicação do corpo), Bardo Fénix (especie de treinamento para passagem), e Nyma Project (com o objetivo de criar música).

Com a presença de Lama Dorje, algumas dessas atividades estão acontecendo e incluem também pintura em mandalas, oráculo de Padmasambava, consultas medicas e até a tradicional "Cerimônia da Abundancia Tibetana". As inscrições podem ser feitas pelo telefone 96 446044 com Monyeitan ou pelo e-mail monyeitan@yahoo.com.br. Em Brasília temos muitas correntes budfistas: Centro Budista Tibetano Kagyu Pende Gyamtso (Sobradinho), Centro Lamrim (Asa Norte), Centro Zen do Planalto (Fercal), Chagdus Gonpa Padma Ling (Setor de Radio e TV) e Templo Budista Hongwanji (meu preferido que fica na 315 sul). É bom lembrar que está chegando a "38 º Quermesse do Templo Budista de Brasília", como sempre nos finais de semana do mês de agosto.


Alaise Beserra
alaise30@hotmail.com


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Projeto de país: nova grande concepção

"É preciso uma nova grande concepção, definir o que será esse quarto grande projeto de Brasil. É o que eu digo ao governo", disse o ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, em entrevista ao Estado de S. Paulo. Ele, que está escrevendo o livro "A solidão do corredor de longa distancia" para dar um diagnostico do desenvolvimento no Brasil afirmou também que houve nos últimos 20 anos algumas mudanças importantes como a abertura da economia, metodos modernos de administração de empresas, mas que apesar disso não houve muita estratégia.


Propondo que não exista mais setores primários de baixo conteúdo tecnológico e lembrando inclusive que precisamos de um transporte público à base de trilhos (pois a base de ônibus é coisa brasileira e não é uma opção em nenhum outro país) o ex-ministro do Planejamento cobra do governo um plano e um plano grande que pense na felicidade das pessoas. Defende o humanismo e fala que a cultura transforma, porque o conhecimento cria oportunidades e aumenta a liberdade.


Disse também que em certos setores da economia como é o caso da Tecnologia da Informação um dos grandes problemas no Brasil é não ter grandes empresas! João Paulo dos Reis Velloso fez 80 anos semana passada. Foi fundador do Ipea (Instituto de Pesquisa Economica Aplicada) nunca quis se aliar aos partidos políticos mas se mantem como um militante de um "projeto de país". Sua militancia é por um humanismo renascentista: economico, social, político, ambiental, cultural e até espiritual. Tomara que sua influencia consiga mudar , pelo menos, os rumos do crédito do BNDES, é ou não é?


Alaise Beserra

alaise30@hotmail.com

quinta-feira, 14 de julho de 2011

É fácil reconhecer a imaturidade, diz padre Fidelis

Chegando essa semana do Mosteiro de Santa Cruz, tendo rezado como nunca em toda a vida e feito grandes reflexões, mesmo sem me tornar “católica”, volto mais certa (ou mais católica) de que é possível sim manter a paz e alcançar a plena realização pessoal. Fundado em Coimbra, Portugal, no ano 1131, por um grupo de doze sacerdotes, o Mosteiro dos Cônegos Regulares da Santa Cruz inspirou a construção de outros mosteiros. Seu legado está hoje presente em Guaratinguetá, São Paulo e Anápolis, Goiás. Permanece como um importante centro cultural e acadêmico para formação de jovens noviços.

Quando fui convidada, ou me convidei para conhecê-lo de perto entendi que o tema do retiro seria “Qual é a missão ou vocação da sua vida?”. Fiquei empolgada porque sabia que entre estudiosos de qualquer religião existe muita convicção de que cada um tem uma grande biografia a cumprir no mundo e isso me chama a atenção. Não era não. O tema foi “maturidade”. Fiquei realmente impressionada com o quanto as freiras e padres são atualizados e conscientes do que acontece no mundo, falaram até de cinema 3D e da Lady Gaga!

Para eles, maturidade é algo mais difícil de identificar, mas a imaturidade, ao contrário, pode ser facilmente percebida. Se você tem dificuldade de enfrentar as circunstancias da sua vida, se reclama muito, se não se compromete com nada, se não é feliz a maior parte do tempo isso é um sinal de que você não está “crescendo” para além da estatura. É claro que no fim das contas eles incentivam os jovens a serem “santos” e concluíram suas palestras dizendo que os santos são as pessoas mais maduras.

Interessante que eles falaram de santos da nossa época, como é o caso da Chiara Luce Badano, beatificada recentemente. Ela viveu apenas até os 18 anos de idade. Era uma menina comum que gostava de nadar, jogar tênis, tinha muitos amigos e frequentava bares da moda na Itália, onde morava. Aos 17 anos recebeu a notícia de que estava com um câncer raro e em seguida, que também já tinha dado metástase. Apesar do tratamento, pesado, ela continuava uma pessoa alegre e quando os médicos aconselharam a interrupção da quimioterapia (já que não era mais possível fazer nada do ponto de vista da medicina) ela aceitou a morte mais depressa que seus pais. Escreveu carta ao movimento Focolare dizendo que aceitava sua condição: " S' è non appena veus Gesù, così io quero" ! O documentário de Chiara Luce emocionou muitos adolescentes no mosteiro especialmente quando ela manda costurar um vestido especial para esperar o seu inevitável destino. Saio de lá com a impressão de que conheço muitos santos. Eles podem ser encontrados em qualquer esquina. E é bom aprender com eles.

Alaise Beserra

alaise30@hotmail.com

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pergunte ao seu orixá: amor só é bom se doer

Ontem, quando eu disse que estava indo para um mosteiro pensar na vida, me perguntaram se eu tenho interesse em religiões africanas, eu disse que não. Minha experiência com o voodoo foi horrível. Existe muito preconceito com as religiões africanas no Brasil, mais do que quaisquer outras, porque fala-se pouco sobre elas e com pouca pesquisa. A quimbanda, o xangô do nordeste, o candomblé, a encantaria e a umbanda por exemplo são diferentes entre si, mas todas me metem o mesmo medo. São religiões que te colocam em contato com as suas emoções mais perigosas. Eu tenho a minha profunda curiosidade, mas respeito o meu medo e tenho alguns amigos que se identificam e praticam alguns desses rituais.

Esse “afro-samba” - Amigo senhor, saravá, /Xangô me mandou lhe dizer /Se é canto de Ossanha, não vá/Que muito vai se arrepender /Pergunte ao seu Orixá, o amor só é bom se doer/Pergunte ao seu Orixá o amor só é bom se doer/Vai, vai, vai, vai, amar /Vai, vai, vai, sofrer /Vai, vai, vai, vai, chorar /Vai, vai, vai, dizer –revela muito sobre a busca do sagrado nas religiões afro. E é isso que as religiões orientadas pelo objetivo do transe (quase todas) fazem, elas exploram os sentimentos. As igrejas católicas e evangélicas que se dizem “renovadas” tem influencia afro, especialmente afro americana. É mistura muito interessante.

Nos Estados Unidos, quando o protestantismo chegou ao país. negros americanos reunidos na rua Azusa em Los Angeles, EUA no inicio do século XX começaram a fugir da liturgia, batendo palmas, dançando, mostrando alegria e alcançando manifestações espirituais que logo justificaram como sendo um “batismo de fogo”, um pentecostes enfim. Isso tudo não foi aceito pelas igrejas históricas e quando essa divisão aconteceu, poucos anos depois a “Assembléia de Deus” chegou ao Brasil sendo aceita principalmente em regiões de periferia. Eu penso que essas coisas foram absolutamente importantes para a popularização do novo cristianismo, que ficou mais festivo e mais preocupado em “curar”, são religiões terapêuticas. Muita coisa mudou desde essas primeiras décadas do século XX, surgiu a musica gospel que acabou por influenciar o rock.

Eu disse a uma amiga que não queria ser “batizada pelo Espírito Santo”, acho perigoso. Quando eu vejo as pessoa s falando em Kundaline, as pessoas falando em ogum, as pessoas falando em “espírito santo” eu penso que estão falando da mesma coisa. Esse espírito santo buscado pela canção nova, pelo desejo de falar línguas estranhas é mexer com “fogo” . Essa é uma busca muito particular: perder o controle, se entregar. Algumas religiões monoteístas não são religiões que te incentivam a entrar em contato com a sua natureza, são religiões que te ensinam a entrar em contato com Deus e buscar a perfeição. É claro que existe a preocupação em “ascender” o corpo e a alma para qualquer religioso, mas para um religioso tradicional seja no oriente seja no ocidente o mais importante é o caminho do meio, é a constância. As religiões africanas ativam a amígdala, o córtex, através do tálamo. Isso, essa combinação de fatores pode fazer com que o seu nível de consciência se concentre a um só sentimento, isso é poderoso, e é por isso que eu digo sempre que é perigoso. Explorar as emoções ( o que simplesmente explorar o seu cérebro de forma selecionada) como uma fada, “uma emoção de cada vez” pode te levar a estados de consciência muito alterados com representação mais aguda da realidade e diversos padrões neurais. O que eu busco hoje é uma religião de equilíbrio, mas não sei se ela existe realmente.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Confissões de meu tio Zacha: economia no Brasil


No inicio do século XX, um grande economista chamado Schumpeter escreveu em seu ensaio A Teoria do Desenvolvimento Economico, que os prazeres superiores deste mundo tem seu custo e que “a atividade econômica pode ter qualquer motivo, até mesmo espiritual, mas seu significado é sempre a satisfação de necessidades”. Portanto se alguém não tem necessidade, não tem mais nada. Muito estranho sempre me pareceu essa conversa de que o importante nesse mundo é ser e não é ter. Como diria minha avó: conversa! As pessoas costumam se orgulhar de repetir isso. E para parafrasear o “As Confissões de meu tio Gonzaga” (livro altamente recomendável e escrito por Luís Jardim) meu tio Zacharias caiu nessa.

Ele que é praticamente um hippie, que é jornalista e como todos eles, metido a contador de histórias e a filosofo de internet, (tudo bem são bons vícios) faz parte do que eu chamo de núcleo Itamaraty da família, já que meu pai tem muitos irmãos e alguns deles passaram pelo Ministério das Relações Exteriores ou ainda estão por lá. Um dia desses, eu disse ao meu tio que eu estava abandonando a profissão por estar muito preocupada com a minha vida financeira, então ele me jogou essa conversa também. Respondi que pra quem tinha uma vida boa ficava fácil dizer que “ter” não “tem” muita importância e foi aí que ele aprofundou o seu discurso sobre a pouca importância da vida material e me contou um monte de histórias para explicar o porquê dos porquês, mas nunca me convenceu. Claro que não. Cedo na vida eu descobri: dinheiro não é antônimo de virtude.

O número de brasileiros que tem pavor da riqueza me assusta. Posso atribuir essa aversão ao fato de que para um cristão pouco esclarecido a tradução para o português, (que veio do inglês, que veio do alemão, que veio do grego, que veio do Hebraico) para a famosa frase bíblica sobre as possibilidades de alcance do céu troque “avarento” simplesmente por “rico”! Entendendo “avarento” etimologicamente podemos interpretar como “pessoa tacanha”. Desse modo o texto (inesquecível) fica assim na memória popular: É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. E assim, fica parecendo literalmente que “ter muito” vai ser algo muito mal. Nos meus silenciosos e desesperados estudos, descobri que agulha era apenas uma antiga porta. E tudo isso me sugere que basta ser “grande” para entrar no paraíso, o que também se traduz por “ser nobre” ou “ter generosidade” ou ainda “ter elevação” ou também "nunca seja um camelo".

No Brasil é muito comum que as pessoas se orgulhem de dizer que nunca tiveram nada, que a vida foi só trabalho e que nunca sobrou nada. Elas ficam até com vergonha de dizer que sobrou. E se não sobrou nada é porque não se guardou nada. Muitos estão dispostos a tirar 40% do que ganham para financiar um carro em muitas prestações, outros dão 10% para igreja e não fazem poupança (o mais modesto dos muitos tipos de investimentos). E no cotidiano das contas pra pagar, o dinheiro se destaca como na publicidade do cartão de crédito: determinadas coisas não tem preço. Para todas as outras, use Master Card. Detalhe nem sempre calculado,afinal ninguém quer se ver como consumista.

Todos precisam de médicos, roupas, livros, cosméticos, cinema, teatro, música, cursos, para além do básico; pagar impostos, fazer supermercado, trocar o colchão velho, sair com os amigos. A verdade é que nem todos têm o que é preciso para uma vida tranquila e feliz e a indústria de tudo vai segmentando todo mundo – Classe E: vive com menos de 2 dólares por dia, Classe D: vive com menos de dois salários mínimo por mês, Classe C: vive com menos de 6 salários mínimos por mês, Classe B: vive com menos de 30 salários mínimos por mês, Classe A: essa eu apenas diria que vive! Como diz uma amiga minha: pobre vive é de teimoso. E mais grave é que pobre não guarda dinheiro, nem sabe o que é fundo de renda fixa. Muito mais grave é que existem produtos feitos pra você, exatamente para quem você escolheu ser e não para o tamanho do seu bolso! Por exemplo, a Avon, que foi feita para uma determinada “classe”, ganhou um mercado não previsto e cresceu para todos os lados. Explicação: uma pessoa pode ser público alvo do Boticario _ a vida é bonita, mas pode ser linda_ mas preferir Givenchy_ Absolutely Irresistible_ E economizar para poder comprar seus produtos.

Não importa muito aquilo que você conseguiu comprar, mas o que você não conseguiu geralmente é um problema que te frustra e aí você fica ou está ou é (ser, estar, permanecer, ficar) frustrado. Dinheiro só não é importante quando não fez falta. Se eu pudesse te dar um conselho agora eu te diria: não seja pobre, prefira usar Lâncome mesmo. Ser uma pessoa melhor nunca significou dispensar o que é bom. A vida é cara e o desenvolvimento do ser é mais caro ainda. Aqui ou na China. As boas escolas não são baratas. Aliás, conheci por incrível acaso um dono de uma escola importante em Brasília, muito rico e muito espiritualizado e que me incentivou a continuar sonhando em construir uma escola. Quem sabe serei dona de uma escola. Quem sabe terei uma escola. Parece um negócio, mas pra mim é quase uma missão. Vou acabar lançando uma campanha de levantamentode fundos, mas antes preciso estudar mais. Quero pagar pra ver, ou seria para ter? Do alto dos meus estudos, (muito mundanos) sobre a espiritualidade, “ser” e “ter” conjugam a mesma ideia.

Alaise Beserra: alaise30@hotmail.com