quinta-feira, 8 de abril de 2010

Destruição e novo mercado de carbono

Falta planejamento. E isso temos ouvido e lido nos jornais não só depois da "tragedia das chuvas", mas também antes. Agora, entre tantas discussões verdes e soluções ecológicas para problemas poluidos ouvimos (e lemos nos melhores jornais) algumas palavras em defesa do crédito de carbono. Não temos tempo. Dizem alguns! Temos todo o tempo do mundo, gritam outros mais românticos. E assistimos "Avatar" e discutimos o meio ambiente nos fóruns e nos bares. Temos muito dinheiro.

Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões podem reduzir a emissão de gases. Eis a garantia. É tudo uma questão de crédito. Toneladas de dióxido de carbono (CO2) correspondem a um montão de "crédito de carbono". Comprar créditos de carbono no mercado é necessariamente negociar. Para quem emite, comprar no mercado também significa obter um desconto sobre a multa e assim seguem-se acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto. Que não salvou o mundo, mas deu o que falar e sobre ele falamos e fazemos planos até hoje.

Os países criam leis. As leis restringem as emissões. Os donos das empresas mais poluentes se defendem. E desse modo, aquelas indústrias que não atingem as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono (elas mesmas). Então, se elas conseguiram diminuir suas emissões, podem vender o excedente de "permissão de emissão" no mercado que quiser. Todos os países desenvolvidos gostaram da idéia. E vão, como queriam, estimular a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa em países em desenvolvimento através do mercado de carbono. Isso será o começo do fim da perturbação aos donos de grandes grupos que precisam de matérias primas naturais.

Quando pensamos no PIB do Brasil em 2009 (8º maior economia no ranking mundial) ficamos bastante animados. Enquanto o greenpeace diz não ao desafio bilionário da construção da hidrelétrica de Belo Monte no Pará, Rio Xingú, seus defensores garantem que o Brasíl passará a importar bens e serviços e isso nos ajudará a crescer. Então o país se abre para "novos empregos no exterior". Alguém já viu esse filme antes? No Brasil temos mais de 300 hidrelétricas. Temos usinas a té na Amazônia mesmo. Detalhe, pelo sim ou pelo não, a população indígena está aumentando de tamanho. Mesmo assim, indios estão perdendo emprego e se não estiverem juntos ao discurso da Funai ou no próprio governo eles fazem documentos e imploram por espaço
ainda hoje, eles querem paz. Todos querem paz aliás, até onde eu entendi.

Que a paz venha. Sobre dinheiro não teremos o que reclamar. Não importa a legenda em 2011 teremos uma (já prevista) multiplicação da economia. Fazer uma usina não é fácil, nem barato, nem só caro! É, óbvio, estupidamente fabrica consigo os devidos impactos ambientais. De todo modo é de paz que eu estava falando e é de paz que precisamos, mais até do que de usinas. Alguém precisa comprar os créditos de carbono. Alguém precisa limpar a atmosfera. Alguém precisa dizer sim. Alguém precisa dizer não. Alguém precisa acreditar. Alguém precisa destruir o lixo ou reciclar. Se a nova economia for mesmo verde, até a moda será. Então eu pintarei o meu cabelo de verde também (como a Mari da MTV). Mas, por enquanto, ficarei de olho nesse tal crédito. Com quem está o crédito afinal? Sei que não está comigo.
Alaise Beserra
alaise30@hotmail.com

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